quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Cigana Najara


Cigana Najara


Vinha um homem montando em seu cavalo, no seu passeio costumeiro, naquela planície verde e linda, quando, num certo local, seus olhos viram uma mulher de cabelos longos, negros da cor do azeviche, olhos pretos e grandes, lábios muito rosados, mais de um rosado natural, e pele muito clara fazendo contraste com a cor dos cabelos. Ela sorriu; ele aproximou-se e perguntou:Qual é o seu nome?Ela respondeu:Sou Najara.Desde este momento, o cavalheiro interessou-se pela moça. E, desde então, lá estava ele, todos os dias, naquele mesmo horário, ao nascer do Sol.Depois de muitos dias, começou um romance entre cavalheiro e a moça. Passando o tempo, ele disse para ela:Querida, tenho de fazer uma viagem. Não sei se volto ou não.Najara pegou sua mão e disse:Nunca mais você vai me ver. O nosso amor foi muito bonito mais irei perdê-lo.Tirou uma moeda do seu colar e disse:Leve isto, pois esta moeda é eterna, mas eu não sou.O cavalheiro afastou-se. Najara olhou para o Sol e disse:Lua de fogo, és a quentura que aquece a Terra.Obrigada por aquecer minha alma.O tempo passou. O cavalheiro voltou e começou a procurar aquela moça tão linda.Quando avistou um lenhador, perguntou-lhe:Conhece uma moça clara, de cabelos negros e olhos pretos, cujo o nome é Najara?O lenhado assustou-se com a pergunta. O cavalheiro insistiu e o lenhador disse:O senhor esta falando de Najara, a cigana, que lia o passado, o presente e o futuro. Senhor, essa cigana já é morta há muitos anos.O cavalheiro disse:Você está louco! Ela me deu uma moeda! E contou-lhe todo o romance com a linda moça. Ao terminar, o lenhador disse:Senhor, guarde esta moeda, pois isso é a proteção da cigana mais linda que eu já conheci neste lugar. Ela, em vida, era a protetora dos injustiçados e conselheira no amor.O cavalheiro disse ao lenhador:Quando eu a encontrei, estava com muitos problemas, principalmente no amor, pois tinha sofrido uma desilusão.O lenhador disse:Guarde, então, esta moeda com muito carinho, pois Najara irá ajudá-lo.Quando chegou a casa, o cavalheiro recebeu a notícia e que uma de suas tias iria visitá-lo. Passados alguns dias, a tia chegou; vinha com a filha. Quando o cavalheiro chegou perto da prima para cumprimentá-la, levou um susto ,era aquela moça que ele encontrara em seus passeios matinais, o mesmo cabelo, os mesmo olhos, lábios e cor clara. Mas, na verdade, era sua prima, que viera para apagar o sofrimento que ele tivera com a noiva. Najara ajudou o cavalheiro a esquecer a traição. Dali começou seu romance, e vieram a casar-se. Quando nasceu sua primeira filha, tinha o rosto de Najara. Então, ele disse:Esta aí é minha Najara.
Essa história foi psicografada pelo cigano Romão, que, em vida, foi o marido da cigana Najara.Extraído do Livro;3º Esição “Mistério do povo Cigano”Autora; Ana da Cigana Natasha & Edileuza da Cigana NaziraEditora; PALLAS

Nenhum comentário: